segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Problemas de memória podem estar relacionados a pressão alta


A hipertensão arterial está associada a problemas de memória em pessoas com mais de 45 anos, de acordo com pesquisa publicada.

O estudo descobriu que pessoas com pressão sanguínea diastólica (o valor inferior da medida de pressão) alta, tinham maiores chances de ter dano cognitivo ou problemas com as habilidades de memória e pensamento do que as pessoas com a pressão diastólica normal. Para cada aumento de 10 pontos na pressão arterial, as chances de a pessoa ter problemas cognitivos aumentam em 7%. Os resultados permaneceram válidos depois de se ajustar para outros fatores que podem afetar as habilidades cognitivas tais como idade, fumo, atividade física, instrução, diabetes ou colesterol alto.

O estudo envolveu quase 20.000 pessoas de todo os EUA, com 45 anos ou mais, e que participaram do estudo REGARDS (Reasons for Geographic And Racial Differences in Stroke) e que nunca tiveram um derrame ou microderrame. Dos participantes, 1.505 pessoas (7,6%) tiveram problemas cognitivos e 9.844 pessoas (49,6%) estavam tomando medicação para hipertensão arterial. A hipertensão arterial é definida como leituras de pressão arterial iguais ou superiores a 140/90 mm Hg ou quando tomam medicamento para pressão alta.

"É possível que prevenindo ou tratando a hipertensão arterial possamos prevenir o dano cognitivo, que pode ser um precursor da demência", disse o autor do estudo Georgios Tsivgoulis, MD, da University of Alabama at Birmingham e membro da American Academy of Neurology.

Os pesquisadores mostraram que pressão arterial diastólica alta leva ao enfraquecimento de pequenas artérias no cérebro, que pode levar ao desenvolvimento de pequenas áreas cerebrais danificadas. Tsivgoulis disse que outras pesquisas são necessárias para confirmar a relação entre a hipertensão arterial e o dano cognitivo.

Fonte: edemix.uol

domingo, 30 de janeiro de 2011

Entendendo o câncer


O corpo humano é formado por milhões de células que se reproduzem através de um processo chamado divisão celular.

Em condições normais, esse processo é ordenado e controlado e é responsável pela formação, crescimento e regeneração dos tecidos saudáveis do corpo.

Em contrapartida, existem situações nas quais estas células, por razões variadas, sofrem uma “metamorfose” tecnicamente chamada de carcinogênese, e assumem características aberrantes quando comparadas com as células normais.

Essas células perdem a capacidade de limitar e controlar o seu próprio crescimento passando, então, a multiplicarem-se muito rapidamente e sem nenhum controle.

O resultado desse processo desordenado de crescimento celular é uma produção em excesso dos tecidos do corpo (que podem ser processos inflamatórios, infecciosos ou mesmo os crescimentos celulares benignos), formando o que se conhece como tumor.

Podemos dividir os tumores em:

Tumor Benigno
As células deste tumor crescem lentamente e são diferenciadas (semelhantes às do tecido normal). Geralmente podem ser removidos totalmente através de cirurgia e na maioria dos casos não tornam a crescer.

Tumor Maligno
As células deste tumor crescem rapidamente, têm um aspecto indiferenciado e a capacidade de invadir estruturas próximas e espalhar-se para diversas regiões do organismo. É considerado câncer.

Em outras palavras...
O Câncer, também conhecido como tumor maligno, pode ser definido como um grupo de doenças que tem como característica central o crescimento desordenado das células do nosso corpo.

O câncer detém o poder de matar por invasão destrutiva os órgãos normais, pois não respeita as mais básicas regras de “convivência social” entre as células e cresce demais, ocupando o espaço de seus vizinhos, sufocando-os. Ele detém a propriedade de se disseminar através da corrente sanguínea e dos vasos linfáticos, produzindo as chamadas metástases, que na verdade são uma espécie de “filial” do tumor primário, em outro órgão ou tecido.

A metástase também pode invadir órgãos e tecidos circunvizinhos por continuidade, impondo severos danos a estes órgãos e tecidos. O comportamento anormal das células cancerosas é geralmente espelhado por mutações nos genes das células, ou secreção anormal de hormônios ou enzimas.

A maioria dos cânceres invadem ou se tornam metastáticos, mas cada tipo específico tem características clínicas e biológicas, que devem ser estudadas para um adequado diagnóstico, tratamento e seguimento. Resumindo, cada caso é um caso.

Ainda com relação ao câncer...

Devido as diferentes células existentes e componentes do corpo humano, o câncer pode se apresentar de diferentes tipos. Podemos então, dividi-los em tumores sólidos e neoplasias hematológicas.

Tumores Sólidos

Carcinoma – o câncer se origina nos tecidos epiteliais, ou seja, aqueles cuja função é o revestimento ou a formação das glândulas. (Exemplos de revestimento: pele, mucosa das vias aéreas, mucosa do tubo digestivo e exemplos de glândulas: tireóide, mama e próstata).

Sarcoma – são definidos por sua origem embrionária, ou seja, aquelas classificadas de acordo com a formação do órgão durante a fase de embrião. Nas fases iniciais do desenvolvimento de um embrião, ocorre uma diferenciação nas células que se dispõem em camadas. Essas camadas evoluem para formar os diversos tecidos e órgãos do corpo.

A mesoderme, que é a camada intermediária, dá origem aos ossos, músculos, gorduras, tendões e vasos sanguíneos.

Melanoma – são formados por células pigmentadas da pele.
Tumores de células germinativas – se originam nas células reprodutoras (testículos e ovários).

Tumores de Sistema Nervoso

Neoplasias Hematológicas
São doenças malignas com origem nas células do sangue e que desde o seu início já não costumam estar restritas a uma única região do corpo, manifestando-se em várias partes do corpo sem respeitar barreiras anatômicas. Os órgãos mais freqüentemente envolvidos neste processo são: sangue, medula óssea, gânglios linfáticos, baço e fígado.

Neoplasia - de origem grega, a palavra neoplasia "neo" + "plasis" significa, ao pé da letra: nova proliferação; novo tecido. É o nome de um processo patológico que resulta no desenvolvimento de um neoplasma (crescimento anormal, incontrolado e progressivo de tecido, mediante proliferação celular). No organismo, podem ser encontradas formas de crescimento celular controladas e não controladas, sem causa aparente. Como exemplos de crescimento controlado temos a hiperplasia, a metaplasia e a displasia. As neoplasias correspondem às formas de crescimento não controladas e são chamadas tumores. Neoplasia é também ocrescimento de um tecido neoformado capaz de invadir os tecidos adjacentes e reproduzir-se à distância (metastização). O crescimento é devido ao desequilíbrio entre a proliferação e a morte celular dando origem a células cancerígenas. A definição de neoplasia se baseia na morfologia e na biologia do processo do tumor. Com a evolução do conhecimento, a definição se modifica. Atualmente, a mais aceita é:
"Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro" (Pérez-Tamayo, 1987; Robbins, 1984).

Várias classificações já foram propostas para as neoplasias. A mais utilizada leva em conta dois aspectos básicos: o comportamento biológico e a histogênese do tumor. Segundo o comportamento biológico, os tumores podem ser agrupados em três tipos: benignos, limítrofes (ou "bordeline") e malignos. Um dos pontos mais importantes no estudo das neoplasias é estabelecer os critérios de diferenciação entre cada uma destas lesões, o que, algumas vezes, torna-se difícil.

Os tumores benignos tendem a apresentar crescimento lento e expansivo determinando a compressão dos tecidos vizinhos, o que leva a formação de uma pseudocápsula fibrosa. Já nos casos dos tumores malignos, o crescimento rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo não permite a formação desta pseudocápsula; mesmo que ela se encontre presente, não deve ser equivocadamente considerada como tal, e sim como tecido maligno.

Fonte: Oncoguia.com

sábado, 29 de janeiro de 2011

Aterosclerose


A aterosclerose é uma doença crônica-degenerativa que leva à obstrução das artérias (vasos que levam o sangue para os tecidos) pelo acúmulo de lípides (principalmente colesterol) em suas paredes. A aterosclerose pode causar danos a órgãos importantes ou até mesmo levar à morte. Tem início nos primeiros anos de vida, mas sua manifestação clínica geralmente ocorre no adulto.

Quais são as causas da aterosclerose?

A aterosclerose é causada pelo acúmulo de lípides (gorduras) nas artérias, que podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos. Ela começa quando monócitos (um tipo de leucócito mononuclear) migram da corrente sangüínea e depositam-se nas paredes arteriais e passam a acumular gorduras, principalmente colesterol, formando as placas ateroscleróticas ou ateromas.

As artérias afetadas pela aterosclerose perdem elasticidade e, à medida que essas placas de gordura crescem, as artérias estreitam-se.

Eventualmente essas placas podem se romper, havendo o contato das substâncias do interior da placa com o sangue, o que produz a imediata coagulação do sangue e, como conseqüência, a obstrução total e súbita do vaso, o que leva ao infarto do miocárdio.

Quais são os sintomas da aterosclerose?

Usualmente, a aterosclerose não produz qualquer tipo de sintoma até que um estreitamento acentuado ou obstrução de uma ou mais artérias ocorra. À medida que a aterosclerose estreita a artéria, o órgão afetado pode deixar de receber sangue suficiente para oxigenar os seus tecidos.

O sintoma depende do órgão afetado pela obstrução da artéria. Assim, se as artérias acometidas são as que levam sangue para o cérebro, a pessoa poderá sofrer um acidente vascular cerebral (derrame); ou se são aquelas que levam sangue para as pernas, ela sentirá dor ao caminhar (claudicação intermitente), podendo chegar até à gangrena; no caso de obstrução nas artérias coronárias (vasos que levam sangue ao coração), o sintoma será dor no peito, o que caracteriza a "angina" ou o "infarto" do coração.

Esses sintomas desenvolvem-se gradualmente, à medida que a artéria é obstruída.

Quais são os fatores de risco para a aterosclerose?

Estudos identificaram que certos indivíduos têm maior propensão ao desenvolvimento dessa doença. São aqueles que apresentam os chamados fatores de risco para aterosclerose, como o tabagismo, a alteração dos lípides ou gorduras sangüíneas (colesterol e/ou triglicérides), o aumento da pressão arterial, o diabete, a obesidade, a vida sedentária e estresse emocional.

Idosos, indivíduos do sexo masculino, mulheres após a menopausa e pessoas com antecedentes familiares de aterosclerose também têm maior tendência a desenvolver a doença.

Como a aterosclerose pode comprometer o organismo?

A aterosclerose pode afetar as artérias de órgãos vitais como o cérebro, coração e rins.

Se a aterosclerose não for evitada, ela pode comprometer o funcionamento desses órgãos e até mesmo levar à morte. A aterosclerose pode causar derrame cerebral, infarto do coração, claudicação intermitente etc.

Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, a aterosclerose é a principal causa de doenças e óbitos na população de mais de 50 anos.

Como evitar a aterosclerose?

A aterosclerose pode ser evitada combatendo-se os fatores de risco - nível de colesterol alto no sangue, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade e sedentarismo, ou seja, dependendo do fator de risco do indivíduo, a prevenção consiste em diminuir o nível de colesterol no sangue, diminuir a pressão sangüínea, deixar de fumar, perder peso ou começar um programa de exercícios.

Evitar alimentos que produzem aumento de colesterol no sangue (os alimentos de origem animal - carnes e derivados, frutos do mar, leites e derivados, etc.) e ingerir alimentos sem colesterol (frutas, legumes, verduras, tubérculos e cereais) são hábitos que contribuem para controlar o nível de colesterol no sangue.

A prática de exercícios pode levar à redução de peso, que por sua vez ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue.

Parar de fumar ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue e a diminuir a pressão sangüínea. O fumo diminui o nível de "colesterol bom" no sangue - HDL colesterol - e aumenta o nível de "colesterol ruim" no sangue - LDL colesterol, contrai a parede arterial, diminuindo ainda mais o fluxo sangüíneo na artéria já obstruída pelo colesterol.

Ninguém quer morrer por causa de uma placa de gordura entupindo nossa circulação não é?, então vamos tomar os devidos cuidados e orientar as pessoas mais próximas sobre os riscos valeu!, isso você só vê aqui no blog das moléculas!.

Fonte: emedix.uol.com


sábado, 15 de janeiro de 2011

A história da anestesia


Historicamente, a data de 16 de outubro de 1846 é considerada como a data em que se realizou a primeira intervenção cirúrgica com anestesia geral.
Naquele dia, às 10 horas, no anfiteatro cirúrgico do Massachusetts General Hospital, em Boston, o cirurgião John Collins Warren realizou a extirpação de um tumor no pescoço de um jovem de 17 anos, chamado Gilbert Abbot. O paciente foi anestesiado com éter pelo dentista William Thomas Green Morton, que utilizou um aparelho inalador por ele idealizado. A cena deixou de ser documentada fotograficamente porque o fotógrafo sentiu-se mal ao presenciar o ato cirúrgico, porém foi posteriormente imortalizada em um belo quadro do pintor Roberto Hinckley, pintado em 1882.
Morton, que praticara com sucesso extrações dentárias sem dor, com inalação de éter, antevira a possibilidade da cirurgia sem dor e obtivera autorização para uma demonstração naquele Hospital.
Morton não revelara a natureza química da substância que utilizava, dando-lhe o nome de letheon (do grego lethe, rio do esquecimento). Pressionado pela Associação Médica de Boston para que novas intervenções pudessem ser realizadas sem dor, teve de revelar a composição do letheon, que era apenas éter sulfúrico puro.
A insensibilidade total durante o ato cirúrgico, até então, era considerada uma utopia nos meios acadêmicos.
À exceção da China, onde se usava a milenar acupuntura, os recursos utilizados para amenizar a dor no ato cirúrgico consistiam de extratos de plantas dotadas de ação sedativa e analgésica, além da hipnose e bebidas alcoólicas, o que não dispensava, evidentemente, a contenção do paciente.
Na Idade Média empregava-se um método originário da Escola de Alexandria, cuja fórmula foi encontrada no mosteiro de Monte Casino. Trata-se da esponja soporífera, que se preparava com os seguintes componentes: ópio, suco de amoras amargas, suco de eufórbia, suco de meimendro, suco de mandrágora, suco de hera, sementes de bardana, sementes de alface e sementes de cicuta - uma onça de cada (28,7 g). Modo de preparar e de usar: misturar bem, colocar em um recipiente de cobre com uma esponja, ferver até a evaporação total. Para usar, mergulhar a esponja em água quente por uma hora; a seguir colocá-la sob as narinas do paciente até que ele durma. Para despertar o paciente usar outra esponja embebida em vinagre.
O primeiro passo para a anestesia geral foi dado por Joseph Priestley, ao descobrir o óxido nitroso (N2O) em 1773. Coube a Humphry Davy, um aprendiz de farmácia, na pequena cidade de Penzance, na Inglaterra, em 1796, experimentar os efeitos da inalação do N2O. Verificou ele que o gás produzia uma sensação agradável, acompanhada de um desejo incontido de rir (donde o nome de gás hilariante). Certa noite estava com dor de dente e, ao inalar o gás, notou que a dor desaparecera por completo. Deduziu que, se o N2O suprimia a dor, poderia ser empregado no tratamento de outros tipos de dor. Em um de seus escritos, intitulado Vapores medicinais, sugeriu o emprego do N2O em cirurgia: Já que o gás hilariante parece possuir a propriedade de acalmar as dores físicas, seria recomendável empregá-lo contra as dores cirúrgicas. A medicina oficial não tomou conhecimento da sugestão.
Henry Hill Hickman, médico e cirurgião inglês, experimentara em animais a ação do N2O, tendo verificado que, sob a ação deste gás, podia realizar pequenas operações nos animais, sem que estes demonstrassem o menor sinal de dor. Tentou, sem êxito, obter autorização da Royal Society e da Associação Médica de Londres para repetir suas experiências em seres humanos. Sua petição foi recebida com frieza, a autorização negada e ele foi considerado um visionário.
Como última tentativa, escreveu ao rei da França, Carlos X, pedindo-lhe para submeter o seu projeto à consideração da Academia de Paris. Em sessão de 28/9/1828, convocada especialmente para esse fim, a Academia deu seu parecer contrário, com um único voto a favor, do cirurgião Dominique Jean Larrey, que servira ao exército de Napoleão e conhecia o horror dos ferimentos de guerra e das amputações. Velpeau, um dos mais eminentes cirurgiões da França, declarou na ocasião que considerava uma quimera a obtenção da insensibilidade dolorosa durante o ato cirúrgico.
Desiludido, Hickman faleceu dois anos depois, com apenas 29 anos de idade, sem ver realizado o seu sonho da cirurgia sem dor.
Michael Faraday (1791-1867), físico inglês, estudando a liquefação dos gases e os líquidos voláteis, descobrira que os vapores de éter possuíam efeitos inebriantes semelhantes aos do óxido nitroso. Em uma nota publicada no Journal of Art and Sciences chamou a atenção para o fato da inalação de éter produzir insensibilidade total. Novamente, essa descoberta foi ignorada pelos meios médicos.
Nos Estados Unidos, os efeitos inebriantes do N2O e do éter tornaram-se conhecidos e eram freqüentes os espetáculos públicos de inalação de gás hilariante, assim como reuniões reservadas de inalação de éter, conhecidas como ether parties ou ether frolics.
Foi em um desses espetáculos de inalação de gás hilariante que Horace Wells, dentista na cidade de Hartford, tomou conhecimento da propriedade do N2O de causar insensibilidade. Teve, então, a idéia de utilizá-lo em extrações dentárias. Fez uma experiência em si mesmo, solicitando a um seu colega que lhe extraísse um dente após inalação do N2O. Não somente não sentiu dor, como experimentou uma sensação de euforia e bem-estar.
Entusiasmado, dirigiu-se à Boston, onde conseguiu permissão para fazer uma demonstração perante professores e estudantes da Faculdade de Medicina de Harvard. Um estudante se ofereceu como cobaia e a demonstração foi um fracasso. O estudante gritou de dor e Wells foi posto para fora como charlatão e impostor.
Ao fazer nova tentativa em sua cidade, administrou quantidade excessiva de gás e o paciente teve parada respiratória e por pouco não morreu. Desanimado, abandonou suas experiências e a profissão de dentista.
Outro dentista, de Boston, William Thomas Green Morton, perseverou no propósito de obter extrações dentárias sem dor e sem colocar em risco a vida do paciente. Substituiu o N2O por éter, após consultar seu ex-professor de Química, Charles Thomas Jackson, que lhe recomendou usar somente éter retificado e indicou-lhe o local onde poderia obtê-lo. Os resultados foram surpreendentes e muito superiores aos obtidos com o N2O.
Morton anteviu a possibilidade da cirurgia sem dor e obteve permissão para uma demonstração no Massachusetts General Hospital. Assim chegamos ao dia 16 de outubro de 1846. Ao término da histórica operação que mudou o destino da Cirurgia, Warren proferiu as seguintes palavras: Daqui a muitos séculos, os estudantes virão a este Hospital para conhecer o local onde se demonstrou pela primeira vez a mais gloriosa descoberta da ciência.
Na realidade, esta não era a primeira intervenção cirúrgica realizada com anestesia geral pelo éter. Na pequena cidade de Jefferson, no Estado da Georgia, nos EE.UU., em 1841, um jovem médico de nome Crawford Williamson Long tinha o hábito de realizar sessões de ether frolics em sua casa.
Long participou de várias sessões e teve sua atenção despertada para a insensibilidade que se produzia durante os efeitos do éter, pois, por mais de uma vez, havia se machucado sem nada sentir. Teve, então, a idéia de utilizar o éter em pequenas intervenções cirúrgicas. O primeiro paciente a ser operado sob a ação do éter foi seu amigo de nome Venable. Na presença de várias pessoas Long extirpou dois pequenos tumores na nuca do paciente sem que ele nada sentisse. A insensibilidade poderia ser atribuída à hipnose e não ao éter e para obter a prova decisiva, Long aproveitou-se de uma oportunidade ímpar. O filho de um escravo havia queimado a mão e necessitava amputar dois dedos. Long amputou o primeiro deles sob a ação do éter e o segundo depois de cessado o efeito do éter. O rapaz acusou dor somente na segunda amputação.
Estava assim demonstrado o poder anestésico do éter.
Long chegou a operar 8 casos com anestesia pelo éter, porém acreditava que o método não servisse para grandes intervenções a não ser que o paciente inalasse o éter o tempo todo, o que seria arriscado. Circularam rumores na cidade de que o médico estava pondo em risco a vida dos pacientes e certo dia uma Comissão constituída das autoridades locais foi ao seu Consultório pedir para que ele renunciasse a essas práticas audaciosas, pois, se um doente morresse ele poderia ser linchado em conseqüência da revolta da população, costume que era freqüente na época. Long abandonou o uso do éter e as suas experiências pioneiras só se tornaram conhecidas muitos anos depois.
Com o sucesso de Morton, Jackson, que gozava de prestígio internacional, reivindicou para si, nos países europeus, a prioridade da descoberta, acusando Morton de desonestidade.
Wells, desgostoso e amargurado com o seu fracasso, cometeu desatinos, foi preso e suicidou-se na prisão aos 33 anos de idade.
Morton, empobrecido, desacreditado por Jackson, faleceu subitamente em uma via pública aos 49 anos de idade. Com sua morte, houve um despertar da consciência norte- americana a seu favor e no local de sua sepultura foi erigido um monumento com o seguinte epitáfio: Aqui jaz W.T.G. MORTON, o descobridor e inventor da anestesia . Antes dele, a cirurgia era sinônimo de agonia. Por ele foram vencidas e aniquiladas as dores do bisturi. Depois dele a ciência é senhora da dor. Erigido pelos cidadãos reconhecidos de Boston.
Jackson, ao tomar conhecimento deste epitáfio, sentiu-se finalmente derrotado, tornou-se alcoólatra e terminou seus dias em um Hospício, onde morreu em 1880, aos 75 anos de idade.
Long viveu o resto de sua vida arrependido por não ter divulgado sua descoberta, realizada em 1842, portanto, quatro anos de Morton, e faleceu subitamente aos 63 anos de idade.
Como escreveu Fülöp Muller, dir-se-ia que uma estranha maldição pairava sobre todos os que consagraram sua vida e sua obra a lutar contra a dor.
Embora Crawford Long tenha sido o primeiro médico a utilizar-se da anestesia geral pelo éter, o mérito e a glória da sua revelação para o mundo cabe, inegavelmente, a William Thomas Green Morton.
Nos anos seguintes à sua descoberta, foram introduzidos novos agentes anestésicos. Ao N2O e ao éter seguiu-se o clorofórmio, utilizado pela primeira vez em 1847, no trabalho de parto, pelo médico inglês James Simpson. Em 1930 foi introduzido o ciclopropano e em 1956, o halotano.
Paralelamente à anestesia geral por inalação, desenvolveram-se outros métodos de se obter a analgesia, como a anestesia local, venosa, raquianestesia, etc.
O termo anestesia (do grego an, privado de + aísthesis, sensação) foi sugerido pelo médico e poeta norte-americano Oliver Wendel Holmes. A palavra, entretanto, já existia na língua grega, tendo sido empregada no sentido de insensibilidade dolorosa, pela primeira vez, por Dioscórides, no século I dC.
Em 1902, Seifert criou o termo anestesiologia, que define, atualmente, uma das mais importantes especialidades médicas.
A anestesia geral chegou ao Brasil em 1847. Segundo informa Lycurgo Santos Filho, em sua História geral da medicina brasileira, a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Janeiro pelo médico Roberto Jorge Haddock Lobo, em 25 de maio de 1847. Uma semana após foi utilizada por Domingos Marinho de Azevedo Americano em dois soldados, tendo sido anestesista o médico Leslie Castro, recém-chegado da Europa e que trazia consigo o anestésico e o aparelho de "eterização". Um dos soldados foi operado com sucesso, sem dor, de osteomielite fistulizada da mastóide; o outro era acoólatra e a anestesia não produziu insensibilidade.
O éter foi logo substituído pelo clorofórmio que havia sido introduzido como anestésico na Inglaterra por James Simpson, em 1847. A primeira anestesia geral com o clorofórmio foi empregada pelo Prof. Manuel Feliciano Pereira de Carvalho, na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1848 e noticiada pelo Jornal do Comércio em 22 do mesmo mês, com base em anotações fornecidas pelo Prof. Luís da Cunha Feijó, que assistira à operação, uma amputação da coxa em um rapaz de 15 anos de idade, por "tumor branco do joelho" (tuberculose)..
A partir de então o uso do clorofórmio se generalizou, suplantando o éter, até que novos agentes anestésicos foram descobertos e introduzidos na prática médica.

Fonte: unifesp
Fontes bibliográficas: 1. MAJOR, R.H.. - A history of medicine. Oxford, Blackwell Scientific Publications, 1954.
2. RUTKOV, I.M. - American Surgery. An illustrated history. Philadelphia, Lippincott-Raven, 1998.
3. FÜLOP-MILLER, R. - O triunfo sobre a dor. História da anestesia (trad.), 2. ed., Rio de Janeiro, Liv. José Olympio Ed., 1951.
4. BOBBIE, A. - História sinóptica da anestesia. São Paulo, 1969.
5. GRANT, j. - Hackh's chemical dictionary, 4th.ed. New York, McGraw-Hill Book Co., 1972


domingo, 9 de janeiro de 2011

Enfermagem Forense - uma das carreiras de enfermagem mais emocionantes atualmente




Associação Europeia de Enfermeiros Forenses


No passado mês de Outubro foi constituido o Comité da IAFN que irá coordenar a Associação Europeia de Enfermeiros Forenses. Este comité é presidido por Sheilla Early, e tem na sua constituição um enfermeiro do Reino Unido, um enfermeiro da Holanda, uma enfermeira da Bélgica, uma enfermeira da França, uma enfermeira da Suécia, um enfermeiro da Espanha e um enfermeiro de Portugal.
Este grupo de trabalho irá elaborar as guidelines que servirão de orientação para criação de enfermeiros forenses na Europa.

enfermagem forense é um relativamente novo e continuamente crescente campo. Reconhecido pela American Nurses Association, é uma das mais recentes formas de ciências forenses. Para aqueles que procuram ainda mais emoção no seu trabalho (não que a vida no hospital não é excitante o suficiente), esta forma de enfermagem pode ser a resposta.

O que eles fazem?

Primeiramente recolher e analisar evidências forenses ou informações que podem ser usadas no tribunal da lei. Além da coleta de provas forenses, eles também precisam testemunhar em julgamentos de suas jurisdições. enfermeiros Forense, mais frequentemente do que não, lidar com vítimas de violência. Como várias pessoas, incluindo a polícia, médicos e assistentes sociais ver a vítima, que pode ser difícil e confuso para a vítima. Um enfermeiro forense que pode fazer todos os processos e procedimentos do início ao fim, incluindo ir a julgamento e torná-la mais fácil e menos estressante para a vítima. Assim, eles são ideais simpáticos e atenciosos. É a oportunidade perfeita para os enfermeiros que querem ser mais ativo na comunidade e ajudar as vítimas da violência, particularmente mulheres e crianças. Enquanto enfermagem forense é uma especialização, é subdividida em diversas áreas, tais como trauma de emergência, a violência doméstica, e os examinadores enfermeiro agressão sexual (SANE's). SANE é frequentemente o ponto de entrada para a maioria dos enfermeiros inscritos que querem ficar em enfermagem forense. Além disso, eles também podem servir como enfermeiro advogados ou consultores jurídicos.

A fundação da Associação Internacional de Medicina Legal Enfermeiros ou IAFN teve lugar em 1992. A associação foi criada para desenvolver o papel do enfermeiro no futuro da ciência forense, bem como o setor de saúde em relação à investigação forense e recursos.

Como entrar neste campo?

Registrado enfermeiros que querem começar a necessidade de especializar-se em formação forense ou concluir um mestrado ou especialização na área preferencial ou afins. Promover a educação para a enfermagem forense varia e programas de graduação estão disponíveis para a enfermagem forense, mas não podem ser exigidos para uma RN para entrar na profissão. O melhor caminho seria provavelmente para terminar um curso com certificado para o programa SANE.

Onde é que eles funcionam?

Você pode trabalhar em diferentes áreas e são contratados por vários tipos de empregadores. Alguns dos locais onde eles possam trabalhar incluem instituições correcionais, estabelecimentos psiquiátricos, centros de saúde, gabinetes médico-legista, os promotores do condado, gabinetes médico-legista, e de companhias de seguros. enfermeiros Forense também pode optar por trabalhar de forma independente em uma base por emprego e trabalho para os vários tipos de empregadores, ou iniciar seu próprio negócio.

fonte: www.advice-business.com

Qual a diferença de usar compressa gelada ou quente nos machucados?



Muitas pessoas quando se machucam sempre escutam o conselho de usar uma compressa quente ou gelada sobre o machucado, porém não sabem explicar ao certo para quê?, quando e qual tipo de compressa utilizar, bem aí vai a resposta aproveitem!.

COMPRESSAS GELADAS
De uma maneira geral, a compressa feita com gelo é mais indicada em casos de traumatismo provocado por quedas ou pancadas. Esses traumas rompem os vasos dos sistemas sangüíneo e linfático. O vazamento do sangue e da linfa, é responsável pelos inchaços e hematomas (manchas roxas) que aparecem após a lesão. Se logo após o trauma for aplicado gelo, os vasos se contraem( vasoconstrição), fazendo com que o fluxo do vazamento seja bem menor e, em conseqüência, o inchaço e o hematoma se reduzam também. Além disso, se a pele for resfriada a pelo menos 12ºC ou 13ºC, os receptores de dor diminuem o funcionamento, isso causa aquele anestésico do gelo.

COMPRESSAS QUENTES
Aquecimento estimula a circulação e relaxa a musculatura. Geralmente, deve ser usada numa segunda etapa, ou seja, algum tempo depois de sofrer o trauma. A compressa quente faz os vasos sangüíneos dilatarem, aumentando o fluxo de sangue na região tratada. Isso ajuda a conter o processo inflamatório. Se houver formação de hematoma ou edema (inchaço provocado pelo líquido extravasado), o calor poderá ”amolecer” o líquido que vazou dos vasos e se acumulou em torno da região afetada. Isso auxilia na reabsorção do líquido pelo organismo. A compressas quentes são indicadas também para aliviar cólicas, pés inchados, dores musculares e nas articulações.

fonte: bemdesaude.com

sábado, 8 de janeiro de 2011

Câncer poderá ser detectado por exame de sangue




Os tumores de próstata, mama, intestino e pulmão são o alvo inicial. O teste possibilita detectar uma única célula tumoral entre 1 bilhão de células saudáveis (incrível não?).

E poderá, no futuro, até substituir, em determinados casos, mamografias, colonoscopias(exames que availam a mucosa do intestino grosso) e outros métodos que são invasivos, para o diagnóstico da doença.

O teste, inicialmente, poderá também ajudar a monitorar a evolução de terapias.

Atualmente são utilizados mecanismos como ultrassom e ressonância magnética que só detectam mudanças no câncer, de dois a quatro meses, depois de iniciado o tratamento.

Este novo exame será útil especialmente em casos de câncer com maior risco de metástase (quando as células cancerígenas se deslocam do local de origem do tumor e se espalham por outras regiões do organismo).

Vale mencionar, contudo, que segundo especialistas a expectativa é de que o processo de aprovação e disponibilização deste exame leve cerca de dois anos.


O exame:

Utiliza um microchip com 78 mil cilindros minúsculos, que contém anticorpos (que atraem células cancerígenas);

O sangue é colocado na superfície desse microchip (apenas as células tumorais ficam "grudadas" nos cilindros e adquirem uma cor reluzente em função de um tipo de reagente, facilitando a visualização pelos médicos e pesquisadores.

fonte: Fátima News